Fashion Transparency Index: houve progresso na transparência da indústria da moda global?

O relatório anual do Fashion Revolution, dedicado à transparência das marcas no que diz respeito às suas responsabilidades sociais e ambientais, mostra alguns avanços, mas principalmente falta de comunicação sobre as questões do setor. O relatório enfoca especificamente a transparência e não a sustentabilidade, não sendo a primeira sinônimo da segunda.
Entre as constatações deste relatório anual, o Fashion Revolution aponta, por exemplo, que a parcela de marcas observadas que não divulgam os volumes produzidos subiu em um ano de 85% para 88%. Ele destaca também o uso de água pelas marcas:  apenas 23% delas divulgam seu processo para realizar avaliações de risco relacionadas à água.

O Índice observa, no entanto, que pela primeira vez duas das marcas mais importantes do ranking pontuaram acima de 80%: OVS e Gucci. Porém, entre os pontos negativos, o relatório aponta que 94% das marcas não divulgam os combustíveis utilizados na fabricação de suas roupas. E 99% não divulgariam o número de trabalhadores que ganham um “salário digno” em sua cadeia de suprimentos.
“No geral, a indústria global da moda fez muito pouco progresso em termos de transparência, com as principais marcas alcançando uma pontuação média geral de 26%, um aumento de apenas 2% em relação ao ano passado”, lamenta o Fashion Revolution. “No entanto, houve progresso nesta área (…). Mais da metade (52%) das 250 grandes marcas examinadas pela Comissão Européia indicaram que divulgam suas listas de fornecedores de primeira linha, um desenvolvimento promissor em comparação para as 32 das 100 marcas (32%) na primeira edição do Índice.”